sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Lesões musculares. Quais são e o que posso fazer?

Toda a gente já teve ou acabará por ter uma lesão muscular. Mais ou menos grave, com maior ou menor tempo de incapacidade, as lesões musculares são muito frequentes. As causas de lesões musculares são muito variadas. Vamos por isso falar individualmente de cada um dos diferentes tipos de lesão muscular e apresentar as causas, sinais e sintomas de cada uma delas.
Assim sendo vamos falar de rotura, estiramento(distensão), cãibra e contractura.

Rotura Muscular
A rotura muscular surge geralmente na sequência de uma contracção forte (mudança bruscas de velocidade e/ou direcção, num salto ou num remate) ou de um traumatismo directo violento. A dor é intensa, localizada e muito incapacitante. Os indivíduos que contraem este tipo de lesão nuns casos descrevem o momento como uma picada/facada, noutros como se tivessem sentido um "estalo". Associado à rotura muscular poderemos encontrar edema, derrame(equimose) e espasmo muscular/aumento de tonus no músculo afectado. É possível ainda encontrar dor à palpação, ao alongamento e à contracção. O caso mais grave deste tipo de lesão é a rotura total. Nestes casos o músculo lesado perde toda a sua função.
O que deve e o que não deve fazer nas primeiras horas passa pela aplicação da terapêutica RICE e HARM explicadas no primeiro artigo desde blog.
Se tiver a certeza que está perante uma rotura muscular NÃO administre/tome qualquer tipo de anti-inflamatório. A resposta inflamatória é crucial no processo de reparação tecidular. Devemos controlar mas nunca inibir essa resposta.
Os exames complementares de diagnóstico indicados para esta lesão são ecografia e Ressonância Magnética.
Assim que possível consulte o seu  Fisioterapeuta ou Médico

Estiramento Muscular
Vamos agora abordar uma lesão também conhecida como distensão muscular. Esta lesão é em tudo idêntica à rotura muscular mas em proporções muito inferiores. Não existindo uma verdadeira disrupção no feixe muscular o que acontece na realidade são pequenas roturas a nível microscópico nas fibras musculares. Daí se assemelhar tanto nos sinais e sintomas a uma rotura muscular, porém numa escala bem distinta. A terapêutica a aplicar é  a mesma que aplicaria no caso de apresentar uma verdadeira rotura muscular.
Muitas vezes não é visível nos exames complementares de diagnóstico.
Assim que possível consulte o seu Fisioterapeuta ou Médico.

Cãibra
A cãibra é uma contracção involuntária, relativamente duradoura (vários segundos) e dolorosa de um músculo. Não sendo considerada lesão, esta situação geralmente surge no final de exercício físico extenuante e/ou em pessoas que apresentam condição física desadequada. No decorrer da actividade física o défice de oxigénio a nível muscular vai aumentando conduzindo desta forma ao surgimento de ácido lácteo. O excesso deste ácido dá origem a essas contracções involuntárias. Desidratação, baixos níveis de cálcio e de  potássio estão também na origem de muitas cãibras musculares.
Perante um episódio destes deve alongar o músculo afectado até a contracção involuntária desaparecer. Massagem com gelo e a consequente vasoconstrição provocada por este poderá auxiliar no retorno venoso e consequente remoção de ácido lácteo.

Contractura Muscular
Uma contractura corresponde a um encurtamento/bloqueio constante de fibras musculares num ponto/zona específica. Esta ocorre quando um músculo é obrigado a trabalhar acima das suas capacidades, quer a nível de força quer a nível de resistência. Um esforço intenso (excessivo) ou uma postura incorrecta mantida por um longo período de tempo estão entre as principais causas de uma contractura, assim como os traumatismos directos. À palpação é perceptível uma zona mais rija, um ponto mais doloroso no músculo.
A grande maioria das contracturas tratam-se com a aplicação de calor e realização de massagem especifica. No caso de situações mais crónicas estas técnicas poderão não ser suficientes. Por outro lado, se a causa da sua contractura residir numa alteração postural, os episódios dolorosos repetir-se-ão constantemente até alteração dessa postura. Por outro lado, quando a dor e a dificuldade de movimentos são muito intensas ou quando é necessário retomar rapidamente a actividade, como é comum nos desportistas profissionais,  pode-se recorrer à administração de analgésicos associados a relaxantes musculares. Esta medicação, que visa aliviar a dor e promover um relaxamento muscular, permite que o segmento corporal afectado recupere a sua mobilidade com maior rapidez.
Caso os sintomas persistam consulte sempre o seu Fisioterapeuta.



Ft. Miguel Estêvão

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cancro de mama. Poderá a Fisioterapia ajudar-me?

A Fisioterapia pode devolver-lhe qualidade de vida e funcionalidade, contribuindo para a restituição do seu bem-estar, durante e depois da doença.

 O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente no sexo feminino. Estima-se que uma em cada dez mulheres poderá desenvolver cancro de mama ao longo da vida.
A terapêutica passa, frequentemente, pela cirurgia, Radioterapia, Quimioterapia ou Hormonoterapia. Estas terapias poderão ser utilizadas isoladamente ou de forma combinada. Há vários problemas clínicos que podem surgir secundariamente às terapias oncológicas:

·    Diminuição das amplitudes articulares
·     Diminuição da força muscular
·     Alteração do estado emocional
·    Alterações posturais
·    Alterações da sensibilidade
·    Desenvolvimento de linfedema
·    Aderências da parede torácica
·    Dor

São várias as áreas de actuação do fisioterapeuta após a cirurgia ao cancro de mama.

Reabilitação funcional
Actua na melhoria da função do membro superior do lado operado e na mobilidade da pele e das cicatrizes, assim como na prevenção e resolução de complicações secundárias à cirurgia como a perda de sensibilidade e o linfedema.

Reabilitação psicossocial
Ajuda a doente e a família a aceitar a doença e a perda da mama, a viver com os seus medos e ansiedades sobre a morte e a valorizar a aparência física e a sexualidade.

Reabilitação estética
Prepara e melhora o resultado estético na reconstrução mamária.

Reabilitação ocupacional / vocacional
Ensina a doente a ter um novo comportamento com o braço do lado operado, de forma a prevenir o aparecimento de linfedema e infecções subcutâneas.
O fisioterapeuta deve ter a preocupação de se inteirar sobre a situação profissional da doente de forma a poder aconselhá-la sobre algumas adaptações a realizar. Deve também dar a conhecer à doente os benefícios fiscais a que tem direito.


Ft. Sofia Jordão dos Santos

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Terapeuta! O meu bebé necessita de Fisioterapia?

Certamente já ouviu falar que o bebé ou filho de alguém conhecido precisou, em dada altura, de ginástica respiratória…ou cinesiterapia respiratória… Pois bem, tudo isto são designações para a chamada Fisioterapia Respiratória.

O que é a Fisioterapia Respiratória?
A Fisioterapia Respiratória em crianças, consiste num conjunto de técnicas manuais aplicadas sobre o tórax, e/ou recorrendo a jogos ou brincadeiras, dependendo da idade da criança, que facilitem a desobstrução nasal e das vias aéreas superiores e/ou inferiores (brônquios e bronquíolos) através remoção das secreções que nelas se acumulam.
O efeito destas técnicas de compressão será uma progressão das secreções até à boca, de modo a que a criança possa eliminar as secreções, deglutindo-as ou eliminando-as pela tosse.

O meu filho precisa de Fisioterapia Respiratória?
Com a chegada do tempo frio (de Outubro a Março) surgem com mais frequência as infecções respiratórias, sendo que as que afectam mais as crianças são as pneumonias, as bronquiolites e as traqueobronquites (infecções da traqueia e dos brônquios). Em todas estas patologias, a Fisioterapia Respiratória representa um papel importante na drenagem e remoção eficazes das secreções, contribuindo para uma boa função pulmonar e alívio dos sintomas de “crise respiratória”.

Quais os benefícios da Fisioterapia Respiratória?
Os benefícios da Fisioterapia Respiratória, para além de sintomáticos são também fisiológicos:
- diminuição dos sintomas da infecção respiratória (esforço respiratório, sensação de falta de ar),
- diminuição do eventual cansaço/prostração durante o dia,
- noites mais tranquilas,
- melhoria e optimização da função respiratória,
- prevenção de acumulação de secreções e complicações respiratórias  graves.

Informações úteis:
- ao deitar, coloque uma almofada por baixo do colchão da cama do seu filho, de modo a que ele fique com a cabeceira ligeiramente elevada – isto irá ajudar a diminuir a acumulação de secreções na cavidade nasal e consequentemente a sua obstrução
- mantenha o seu filho hidratado com água e/ou chás. Desta forma estará também a contribuir para uma melhor hidratação das vias aéreas, o que diminuirá a eventual tendência para o colapso (fechamento) das mesmas e facilitará o deslocamento natural das secreções para a boca.
- depois do banho, mantenha-o por mais alguns momentos na casa de banho de modo a que fique em contacto com o vapor para que as secreções fiquem mais fluidas e sejam expulsas mais facilmente.

Lembre-se que o Fisioterapeuta é o único profissional de saúde com formação e competências específicas para fazer tratamentos de Fisioterapia Respiratória.


Fisiot. Pedro Seixas
Tlm.: 96 55 22 937
e-mail: ftseixas@gmail.com