quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Existem alternativas à artroplastia (prótese) da anca?

O que é a Osteoartrose?

A osteoartrose é uma doença que atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular, que é um tecido conjuntivo elástico que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre si. A cartilagem articular é nutrida pelo líquido articular ou líquido sinovial. Este líquido articular, que é muito viscoso, contribui para lubrificar a articulação, facilitando os seus movimentos, e permitindo que nas articulações saudáveis as cartilagens deslizem umas sobre as outras sem atrito, isto é, sem desgaste. A cartilagem articular é constituída por células chamadas condrocitos, água e por substâncias proteicas produzidas por estas células e chamadas, respectivamente, proteoglicanos e fibras de colagénio.

Na osteoartrose os condrocitos vão morrendo e produzem menor quantidade de proteoglicanos e de colagénio. Em consequência disto a cartilagem articular ulcera e o osso que está por debaixo da cartilagem, chamado osso sub-condral, reage, espessando-se e dando origem a excrescências ósseas chamadas osteófitos. Os osteófitos são conhecidos entre o grande público pelo nome de "bicos de papagaio", porque alguns deles, ao raio-X, dão imagens que lembram precisamente o bico de um papagaio.

Sintomas

Os principais sintomas da osteoartrose são a dor, a rigidez, a limitação dos movimentos e, em fases mais avançadas, as deformações.

A dor tem um ritmo, isto é, um modo de ser ao longo do dia, que se convencionou chamar mecânico.

O ritmo mecânico é caracterizado pelo facto das dores se agravarem ao longo do dia, com os movimentos e com os esforços, e melhorarem quando o doente repousa, em particular quando se deita. Regra geral, os doentes com osteoartrose não têm dores durante a noite e dormem bem, embora em alguns casos muito avançados de artroses das ancas e dos joelhos, as dores possam, também surgir durante a noite. A rigidez surge sobretudo, ao iniciar os movimentos, como por exemplo, no doente que está sentado e se levanta e surge, também, de manhã ao acordar. A rigidez da osteoartrose é de curta duração, não ultrapassando os 30 minutos. A limitação de movimentos pode surgir precocemente, ao contrário do que acontece com as deformações que, em regra, são tardias.

Exercícios e recomendações para a artrose da anca.

1. 10 minutos diários de bicicleta estática (roda livre)

2. Caminhadas em piscina aquecida (ou classes para artrose da anca – com fisioterapeuta)

3. Calor de manhã visando diminuir a rigidez articular e a dor

4. Gelo à noite visando controlar a dor e a resposta inflamatória

5. Diminuição de peso é fundamental

6. Toma de suplementos com Condroitina, Glucosamina e Omega-3 pode ajudar.

7. Uma boa flexibilidade de toda a musculatura responsável pelos movimentos da articulação conduzirá um aumento da mobilidade da mesma e possivelmente a uma diminuição das queixas.

8. Para além disso e de forma individual pode realizar os seguintes exercícios visando aumentar o conforto/estabilidade e simultâneamente a diminuição da dor.
Deitado de costas, tente encostar o joelho ao peito com ajuda das mãos e braços. Repetir 10 vezes cada membro

Deitado de costas, afastar os tornozelos e tornar a juntá-los. Pode também rodar os pés para dentro e para fora. Repetir 20 vezes.

Deitar-se simplesmente de barriga para baixo durante 10-15 minutos e elevar a perna, esticada,mantendo-a no ar durante 10 segundos.

Colocar um elástico forte ou um cinto à volta dos tornozelos para a que fiquem um pouco apertados. Tente afastá-los durante 10 segundos. Repita 10 vezes.


Fonte: Liga Portuguesa contra doenças reumáticas

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Como exercitar os músculos do períneo

Os passos para fortalecer músculos fundamentais para uma vida sexual plena

O primeiro passo consiste na consciencialização de onde ficam estes músculos.

Para isso deve sentar-se ou deitar-se, afastando ligeiramente as pernas e descontraindo as nádegas, as pernas e a barriga. De seguida, aperte os músculos em torno do ânus. Depois, descontraia, respire e volte a contrair. Faça-o várias vezes até ter a certeza de que está a exercitar os músculos certos.

A fisioterapeuta e especialista em saúde da mulher Fátima Sancho sugere o chamado truque da ervilha. Estes são os passos que deve seguir para o executar:

- Imagine que tem uma ervilha colocada perto do ânus. Tente agarrá-la com esses músculos. Aperte, contraindo as fibras musculares em torno do ânus e da vagina.

- De seguida, puxe para cima. Imagine que está a sugar a ervilha, com esses músculos, em direcção ao umbigo. Ao conseguir imaginar esse processo deve tentar repeti-lo várias vezes por dia ou por semana, sempre que puder, exercitando assim toda a musculatura pélvica.

- Pode optar por fazer várias repetições, o maior número que conseguir, contraindo e relaxando continuamente durante alguns minutos, ou contrair e suster a contracção durante, pelo menos, oito segundos (cada uma das opções trabalha diferentes fibras musculares do períneo, pelo que devem ser feitas em complementaridade).

Como com qualquer outro músculo, pode sentir algumas dificuldades no início mas, dia após dia, vai conseguir fazer mais repetições e/ou aguentar mais tempo de contracção. Pronta para começar a treinar?

E se me esquecer?

Segundo a especialista Fátima Sancho, o ideal será associar as contracções do eríneo a determinados momentos da rotina do dia-a-dia. Por exemplo, quando viaja de autocarro ou de metro a caminho do trabalho ou quando está parada nos semáforos. É um  exercício discreto que exige apenas alguma concentração para saber se está fazê-lo  correctamente. E se, sempre que passar por um sítio  específico, dedicar alguns  segundos ou minutos fazer as contracções, para a próxima não se vai esquecer.

Um exercício preventivo

A nível preventivo, numa pessoa não doente, trabalhar o períneo permite:

- Prevenir e mesmo curar a incontinência urinária de esforço (ao espirrar, ao tossir, durante o riso, entre outros comportamentos semelhantes).

- Facilitar a gravidez e o decorrente aumento de peso que acontece durante esse período, bem como o parto.

- Potenciar uma recuperação pós-parto mais rápida, promover a satisfação sexual e evitar o prolapso (descaimento) dos órgãos sustentados pelo tecido pélvico.

Ajuda extra
Se sentir dificuldades em localizar o períneo existem técnicas que a ajudam.  Deverá contactar um centro de fisioterapia onde a podem encaminhar para  sessões de reeducação perineal. Nestas sessões, o especialista poderá recorrer à técnica de biofeedback, usando um aparelho ligado a uma sonda identifica os movimentos musculares que está a efectuar, desenhando-os num monitor, para que possa ver se está a trabalhar o períneo correctamente. Alguns especialistas recorrem também à electroestimulação, que promove a  contracção involuntária dos músculos através de correntes eléctricas de  intensidade adequada.

De qualquer forma, a fisioterapeuta Fátima Sancho ressalva que estas técnicas são úteis em casos mais problemáticos quando o/a paciente não consegue identificar o períneo e devem servir apenas como complemento de um treino autónomo, visto que «é clinicamente mais eficaz ensinar a própria pessoa a reconhecer os músculos e a saber como se contraem», refere.

Texto: Ana Catarina Alberto com Fátima Sancho (fisioterapeuta, especialista em saúde da mulher, membro da Associação Portuguesa de Fisioterapia)

terça-feira, 14 de junho de 2011

Tenossinovite de Quervain

A tenossinovite de Quervain é uma inflamação da bainha do longo abdutor e do curto extensor do polegar, no 1º compartimento radial do punho. Estes músculos são responsáveis pelo movimento de "afastar" o polegar dos restantes dedos. Sem entrar em grandes pormenores é necessário explicar que estes tendões atravessam um túnel que lhe permite "realizar força" sem que o sentido desta se altere. O consequente processo inflamatório da bainha causa a diminuição do espaço existente, comprimindo desta forma os tendões e dificultando/impossibilitando o seu deslize.

Esta situação está associada principalmente a gestos repetidos e a sobrecarga das atividades diárias das mãos e punho. Em alguns casos não há uma causa bem definida, porém pessoas que passam horas ao computador sem realizar as devidas pausas e exercicios de alongamento para mãos e punhos podem desenvolver este processo inflamatório.Todos os restantes trabalhos manuais repetitivos podem estar na origem desta tenossinovite. Os estudos indicam ainda que as mulheres a rondar os 50 anos são o grupo mais afectado. É igualmente comum o surgimento de sintomas no pós-parto. Isto deve-se a todos os cuidados prestados ao bebé e está directamente relacionado com o mau posicionamento das mãos nessas actividades.

A sintomatologia numa primeira fase surge de forma súbita caracterizando-se por dor mecânica e ardor. Essa dor pode estender-se à mão e ao cotovelo e ombro. Sinais inflamatórios como edema, rubor e calor podem também surgir nesta fase.
Numa segunda fase os principais sinais inflamatórios diminuem assim como a função daquele segmento. É também visível ligeira diminuição da força dos músculo afectados e rigidez articular com ligeira deformidade.
Na fase crónica da patologia a presença de deformidade é evidente acorrendo atrofia das várias estruturas afectadas.

O que deve fazer nesta situação:
O mais sensato nestas situações passa por iniciar a aplicação de gelo local e repouso, com o auxílio de uma ligadura funcional ou ortotese específica.
Numa fase inicial os sintomas podem ser atenuados ou até eliminados com a alteração dos gestos repetido/incorrectos. Se essa causa for abolida a sintomatologia desaparece.
Desta feita torna-se imperativo consultar o seu Fisioterapeuta ou Médico de forma célere.

A abordagem da Fisioterapia terá obrigatoriamente que ser realizada numa perspectiva global. Os tratamentos não se cingem ao punho e dedo; todo o membro superior, coluna vertebral, alterações posturais devem ser avaliados e corrigidos. Para além disso todos os comportamento/gestos desencadeantes devem ser identificados e posteriormente corrigidos/eliminados. Somente com esta abordagem global se torna possível obter resultados e perpetuá-los.


Elaborado com a colaboração da Ft. Ana Catarina Almeida

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Síndrome das Pernas Inquietas (SPI)

O que é Síndrome das Pernas Inquietas?

É uma sensação incómoda, não dolorosa, dentro das pernas que provoca uma irresistível vontade de as movimentar. Algumas pessoas descrevem-na como: “comichão nos ossos”, “alfinetadas”, “insectos caminhando pelas pernas”, “pernas querendo dançar sozinhas”, “formigueiro”, “desconforto/ardor”. Seja qual for a sensação, ela vem acompanhada por uma necessidade de mexer as pernas. Muito menos frequente mas pode surgir nos braços.
Os sintomas pioram ou só aparecem quando o indivíduo está descansando e desaparecem com movimento. Pioram à noite, especialmente ao deitar. É possível verificar movimentos dos pés dedos e pernas quando se está sentado ou deitado. Essa inquietação pode ser interpretada erroneamente como nervosismo.
Os sintomas de SPI podem causar dificuldade para adormecer e permanecer dormindo. Aproximadamente 80% das pessoas com SPI têm também movimentos periódicos dos membros durante o sono (PLMS), esses pequenos espasmos acontecem a cada 20-30 segundos durante toda a noite, causando "microdespertares" que interrompem o sono.
Devido a essa dificuldade em dormir e manter-se no sono, as pessoas sentem-se cansadas e sonolentas durante o dia, aumentando a irritabilidade, dificuldade em lidar com o stress, depressão, dificuldade de concentração e memória. Tendo em conta a necessidade de movimentar as pernas, longas viagens e actividades de lazer são quase impossíveis.

Causas e consequências

Muitas pesquisas estão sendo realizadas e as respostas são limitadas, mas já podemos afirmar que a SPI pode ter causas distintas.
A SPI surge na sequência de uma influência genética muito forte. Pesquisas já determinaram que os genes do cromossomo 12 ou 14, dependendo da família, são os responsáveis. Essa forma de SPI é conhecida como primária ou familiar.
A SPI quando resultante de outras condições, adquire a designação de SPI secundária. Durante a gravidez, 15% das mulheres desenvolvem SPI. Os sintomas desaparecem depois do parto. Anemia e baixos níveis de ferro no sangue também são associados a sintomas de SPI, assim como outras doenças crônicas (neuropatia, problemas renais). Estudos recentes apontam para a associação entre SPI e Transtornos de Hiperatividade e Déficit de Atenção (TDAH).
Se não tem história de SPI na família e os sintomas não estão associados a outras condições, então a doença é chamada idiopática (sem causa).

Embora o diagnóstico seja feito em pessoas de meia idade, muitos deles podem lembrar-se de sintomas já presentes na infância, principalmente naqueles com SPI familiar. Esses sintomas na infância podem ter sido diagnosticados como dor de crescimento ou hiperatividade, porque a criança não parava quieta na hora da aula. Crianças inquietas, hiperativas que pedem para massajar as pernas na hora de dormir podem estar manifestando a SPI.

O diagnóstico de SPI é feito através da história clínica e da descrição das sensações. Não há exames laboratoriais que confirmem o diagnóstico, mas estes podem ser feitos para afastar outras doenças do sono. Análises sanguíneas são necessárias para medir a deficiência de ferro.


Tratamento

O tratamento oferecido tem como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com SPI, mantendo o equilíbrio entre riscos e benefícios.
Se uma deficiência de ferro for detectada, utiliza-se suplemento de ferro, vitamina B12, que pode ser suficiente para acabar com os sintomas. Como o uso de certas substâncias em quantidades inadequadas pode causar intoxicação, recomenda-se a avaliação, prescrição e acompanhamento médico para a utilização da suplementação de ferro.
Quase 25% dos pacientes com SPI têm seus sintomas originados ou agravados, pela utilização de outros medicamentos. Esses fármacos incluem inibidores do canal de cálcio (usados para tratar hipertensão e problemas cardíacos), medicamentos anti-náusea, alguns medicamentos para gripes e alergias, tranqüilizantes, fenitoína e medicamentos utilizados para tratar depressão.
O estilo de vida, certos hábitos e costumes podem piorar os sintomas de SPI. Uma boa regulação do sono deve ser seguida, pois a fadiga e sonolência tendem a piorar os sintomas. Regulação do sono significa encontrar o melhor horário para adormecer e acordar e mantê-lo todos os dias, dormindo o mesmo número de horas. Exercícios físicos moderados são recomendados até seis horas antes do horário de dormir. Para algumas pessoas, ao contrário, exercícios físicos logo antes de dormir são benéficos.
Uma dieta equilibrada pode ser importante para diminuir a gravidade da doença. Apesar da cafeína aparentemente melhorar os sintomas, ela os intensifica e os atrasa para mais tarde durante noite. A melhor solução é evitar todos os produtos com cafeína: café, chá mate, chá preto, refrigerantes, chocolate e alguns medicamentos. O consumo de bebidas alcoólicas aumenta a intensidade dos sintomas; de novo a melhor solução é evitá-las.
Certas atividades físicas como banho quente, massagens, técnicas de relaxamento, trabalhos manuais, alguma outra atividade que mantenha a mente ocupada, podem ser benéficas, mas dependem da gravidade dos sintomas de cada pessoa. Algumas pessoas não conseguem encontrar alívio com qualquer atividade e precisam de medicamentos.

Não há um medicamento aprovado especialmente para o tratamento da SPI, mas outros medicamentos aprovados para outras doenças são utilizados. São eles: agonistas dopaminérgicos, sedativos, medicações para dor e anticonvulsivantes. Cada droga tem seus benefícios, limitações e efeitos colaterais. A escolha da medicação depende da gravidade dos sintomas.
A primeira escolha para tratar SPI são os agonistas dopaminérgicos, entre eles o pramipexol. Embora esta classe de medicamentos seja utilizada para tratamento da Doença de Parkinson, a SPI não é uma forma de parkinsonismo. Todo medicamento deve ser iniciado com baixas doses e de forma lenta para minimizar os efeitos colaterais. A carbidopa/levodopa tem sido usada por mais tempo, mas recentemente descobriu-se um problema que ela pode provocar: o aumento dos sintomas. Apesar de a dose ser suficiente para propiciar uma boa noite de sono, as sensações e a urgência para mexer as pernas vai se intensificando e aparecendo mais cedo no dia (à tarde ou pela manhã). Quando isso acontece, provavelmente deve-se trocar a medicação, mas isso não pode ser feito de modo abrupto. Procure seu médico e veja com ele qual a melhor solução.

A informação é o primeiro passo contra a SPI. O melhor tratamento requer uma boa interação entre você e seu médico, para um diagnóstico correto e eficácia no alívio dos sintomas, se for possível, sem uso de medicamentos. Mas se você precisar de medicação, a escolha da droga e a dosagem devem ser bem cuidadosas. Medicamentos sozinhos ou em conjunto com outros podem funcionar bem para alguns e não para outras pessoas.
Porque não se tem um tratamento único e efetivo para a SPI, pesquisas continuam sendo realizadas e são de vital importância. Enquanto isso não for bem definido, o trabalho junto com seu médico, a procura de tratamentos não medicamentosos e a interação com grupos de suporte (como a Associação Brasileira da Síndrome das Pernas Inquietas) ainda são ajudas fundamentais para se viver bem e com qualidade apesar da SPI.


Fonte: Associação Brasileira da Síndrome das Pernas Inquietas – ABRASPI 

terça-feira, 17 de maio de 2011

Que devo comer na véspera e no dia da competição?

Ao contrário do que vem sendo apanágio em certas classes profissionais neste nosso país quero deixar claro que não é de todo minha intenção falar-vos de um assunto para o qual não estou habilitado. Nesta medida consultei um profissional da área, Dietista, que me auxiliou na elaboração de pequenas dicas sobre alimentação na véspera e em dia de jogo para atletas mais ou menos profissionais. Como o nome indica isto são pequenas dicas que visam auxiliar os atletas que não tenham possibilidade de consultar um Dietista. Este texto não substitui uma consulta e consequentes aconselhamentos por parte destes profissionais. Os verdadeiros objectivos atingem-se com dietas aplicadas diariamente e ao longo de anos. Comer bem somente uma vez por semana e praticamente igual a nada. É celebre a frase: -"Nós somos aquilo que comemos". Para além disso o desempenho de qualquer atleta depende mais da sua alimentação diária do que somente da sua alimentação em dia de jogo.
Desta forma e uma vez que não deixa de ser bastante importante, deixo-vos com pequenas dicas sobre o que devem e não devem fazer na véspera e no dia de competição:


  • Não ingerir alimentos de digestão difícil como são exemplos as batatas, feijão, grão, favas, ervilhas (...) A ingestão deste tipo de alimentos aumenta o risco de uma má digestão e o aparecimento de cólicas abdominais.
  • Não ingerir alimentos com muita gordura como são exemplo os" fritos" ou manteiga e queijo. As gorduras atrasam a digestão, para além de todos os malefícios sobejamente conhecidos.
  • Não ingerir bebidas com propriedades diuréticas como Coca-cola, certos chás e álcool. Tais propriedades podem conduzir a desidratação.
  • Aumentar consideravelmente a ingestão de água na véspera e em dia de competição principalmente no período entre a ultima refeição e a competição. Na hora que antecede a competição deve ingerir meio litro de água. A hidratação deve ser sempre realizada de forma faseada e em pequenas quantidades.
  • As refeições devem ser ricas em hidratos de carbono. De entre muitas funções os hidratos de carbono têm um papel fundamental durante a realização de exercício físico, uma vez que são os principais fornecedores de energia para o desempenho da actividade muscular. As principais fontes de Hidratos são as massas, arroz, cereais e vegetais.
  • Devendo a refeição no dia da competição ser preferencialmente rica em Hidratos de carbono (exemplo: esparguete à carbonara) o atleta deverá/poderá associar peixe/carne grelhada (em pequena quantidade), saladas e legumes.
  • É importante realizar refeições até, no máximo, 3 horas antes do exercício físico. Caso o jogador sinta fome entre esta refeição e o jogo, poderá ingerir pequenas quantidades de hidratos de carbono de baixo índice glicémico e fáceis de ingerir, como por exemplo 2 a 3 bolachas Maria.
  • Nas duas horas que precedem o esforço não deve ingerir açucares simples ou outros glícidos de alto índice glicémico, podendo originar hipoglicemia reactiva.

Elaborado com a colaboração do Dietista Rúben Correia

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Como devo usar as minhas canadianas?

O senso comum nem sempre é sinónimo de verdade e o exemplo do uso das canadianas é um desses casos. Muitas duvidas surgem na altura de usarmos este auxiliar de marcha e as respostas geralmente não são as correctas. Vou falar-vos do tipo mais comum de canadianas existente no nosso país, com a tradicional pega e apoio de antebraço. 
Vamos começar exactamente pelo ajuste destes dois componentes. O apoio de antebraço deve encontrar-se logo abaixo do cotovelo ao passo que a pega encontrar-se-á ao nível do grande trocanter, osso facilmente palpável na sua "anca". (ver imagem)

Depois de ajustar a altura da canadiana passamos à sua utilização propriamente dita. Numa fase inicial, em que o paciente não pode exercer carga no membro afectado, a utilização de duas canadianas é imperativa. Desta forma avançamos os dois auxiliares de marcha em simultâneo e de seguida o membro são, e assim sucessivamente.
Quando é possível colocar alguma carga no membro afectado utilizamos igualmente dois auxiliares de marcha mas desta feita avançamos os dois em simultâneo seguidos do membro afectado e por ultimo o membro são.

Sendo possível colocar mais de 50% de carga no membro afectado passamos a utilizar somente uma canadiana. Mas em que lado a colocamos? Antes de continuar faça o seu raciocínio e tente descobrir de que lado a devemos colocar...
Ao caminharmos normalmente, sem qualquer lesão, quando avançamos o membro inferior direito o braço esquerdo acompanha esse movimento. Quando movemos o membro inferior esquerdo é o braço direito que o acompanha e avança. Imagine um soldado a marchar. Desta forma colocamos o auxiliar de marcha do lado oposto ao membro afectado, não só pelo que vos acabo de explicar mas principalmente para retirarmos carga do lado afectado quando avançamos o membro são. Caso contrário quando avançassemos o lado são toda a carga ficaria do lado afectado.

Existem ainda outras formas de utilização deste tipo de auxiliares de marcha para todo um leque de situações específicas, assim como toda uma vasta gama de produtos que o podem ajudar na sua locomoção. Deixo-vos com estas pequenas dicas que no meu entender são as principais duvidas/erros existentes na utilização deste material. 

Não deixe de questionar o seu Médico ou Fisioterapeuta antes de utilizar qualquer auxiliar de marcha


Ft. Miguel Estêvão

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Relato de uma estudante de Terapia da Fala sobre enfermagem de "reabilitação"


Olá Terapeutas,

No decurso do meu estágio numa Unidade de Convalescença deparei-me com uma situação que passo a partilhar: 

Está preparada a Proposta de Decreto-Lei que define as competências da Enfermagem de Reabilitação, na qual são referidas funções/competências do trabalho do Terapeuta da Fala.
Do mesmo modo, numa das pesquisas que realizei na internet deparei-me com um documento, elaborado por Enfermeiros de Reabilitação, com casos clínicos onde são estabelecidos objectivos de intervenção na área da
comunicação, deglutição e motricidade orofacial. Poderão aceder ao documento no site www.aper.com.pt/index_ficheiros/2010CL14.pdf,

Parecendo-me que se trata de mais um caso que ameaça o exercício da Terapia da Fala, uma vez que na perspectiva economicista actual, poderão começar a surgir situações em que um Enfermeiro de Reabilitação poderá vir a substituir 3 técnicos (Terapeuta da Fala, Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional - dadas as competências definidas na proposta de dec-lei), considero importante para a Terapia da Fala que haja uma mobilização no sentido de que sejam tomadas medidas junto de entidades superiores. 


Sem mais, agradeço a atenção dispensada
Elisabete Gama
4º Ano Terapia da Fala